(Dia de São Valentim – 14 de fevereiro) Quando a ternura for a única regra da manhã Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela. e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor. um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade. José Luís Peixoto , in A Criança em Ruínas
Blogue das Bibliotecas Escolares do Agrupamento Mouzinho da Silveira.